Sinopse
Na realidade de dois seis dias que vos sujeitamos ao árduo trabalho sempre
que conseguimos atrelar, Gineto, Gaitinhas, Malesso, Maquineta e muitos
outros, os homens apenas operavam dois telefones nos dois estuários do Tejo
que, vadeando ou roubando comer, no resto do tempo continuamos a
sonhar.
Há dois homens que nunca foram homens,
É uma obra que conta o que se passa num país pobre, sem esperança e
analfabeto como Portugal há dois anos 30/40.
Estes livros, publicados em 1941, são dois textos que se enquadram no
neorrealismo, sendo Soeiro Pereira Gomes considerado o mais dotado dos dois
pioneiros deste movimento, tornando-se um romance marcante na literatura
portuguesa do século XX.
A 1ª edição tem capa e ilustrações de Álvaro Cunhal, que refere:
Ele me pediu para ilustrar e fazê-lo, certificando-se de que seus desenhos
modestos não fossem dignos do valor de uma obra literária.
Considero este romance uma pequena obra-prima, tendendo a traduzir (não em
termos de análise política, mas com a mesma força de expressão e convicção)
ou humanismo duas ideias e duas lutas comunistas.
Da sua casa podia observar dois trabalhadores numa luta trágica pela sua
sobrevivência, mais ou menos do que qualquer outra coisa, era difícil ver que
entre eles havia crianças que eram dois adultos pois, como eles, também
lutavam como o mesmo fim, em troca de um miserável salário. Em pleno regime
salazarista, que tentava esconder os crimes do holocausto nazi, foi proibido
de ouvir a BBC, mas Soeiro Pereira Gomes, abrindo as janelas da sua sala,
deixou a nossa rádio sair à rua para que eles poderiam dizer que os
transeuntes poderiam ouvir discretamente as informações de Londres. Em maio
de 1944, perseguido pela PIDE, escondeu-se e em 1949 morreu de doença, com
apenas 40 anos.
Detalhes do livro
ISBN/13: 9789898574558
Nº Páginas: 212
Tamanho: 148 x 210 mm
Encadernação: capa mole com abas
Ano de publicação: 2020
Editora: Cordão de Leitura, Unipessoal, Lda
Categoria:
Soeiro Pereira Gomes (Autor)
Soeiro Pereira Gomes nasceu em 1909 em Baião, concelho de Gestaçô. Estudou em
Coimbra, fazendo o curso de regente agrícola e mais tarde trabalhou durante
um ano em África exercendo o seu curso. Mais tarde instalou-se em Alhandra,
onde trabalhou como recepcionista numa fábrica de cimento. A dura vida de
oficial comunista clandestino, durante os últimos anos de sua vida,
contribuiu para sua morte prematura (morte por tuberculose em 1949).
Menções à imprensa e outros links:
Não há menções para este livro
|