Sinopse
«Existem inúmeros mal-entendidos sobre o que outros “desconstrucionistas” e
nós mesmos tentamos fazer. É totalmente falso pretender que a «desconstrução»
seja uma suspensão da referência. A «desconstrução» preocupa-se profundamente
com o outro da linguagem. Sempre me surpreendo com os críticos que veem que
não trabalho declarando que não há nada a não ser a linguagem, que estamos
aprisionados na linguagem. É exatamente ou contrário. Uma crítica ao
logocentrismo é antes de tudo a aquisição do outro e do outro da linguagem.
Recebo semanalmente comentários críticos e estudos sobre
"desconstrução" que partem da hipótese de que aqui o chamado
"pós-estruturalismo" leva a dizer que não há nada além da
linguagem, que estamos submersos pelas palavras – e outras estupidez do mesmo
gênero. Uma «desconstrução» tenta, certamente, mostrar que esta referência é
muito mais complexa e problemática do que supõem as teorias tradicionais. A
própria questão, se nosso termo “referência” é ou não verdadeiramente
adequado para designar o outro. O outro, situado para além da língua e
intimamente, talvez não seja um segundo «referente» ou sentido normal que os
linguistas lhe concedam. Mas distanciar-se das estruturas habituais de
referência, desafiar ou complicar as nossas hipóteses comuns sobre a
linguagem, não leva necessariamente a dizer que não há nada para além da
linguagem.»
Jacques Derrida
Detalhes do livro
ISBN/13: 9789897032271
Nº Páginas: 258
Tamanho: 160 x 230 mm
Encadernação: capa mole com abas
Ano de publicação: 2019
Editora: Terra Ocre, Lda / Palimage
Categoria: FILOSOFIA
Fernanda Bernardo (Autor)
Fernanda Bernardo é Professora de Filosofia na Universidade de
Coimbra.
Posicionada filosoficamente na Desconstrução, é tradutora de vários títulos
de J. Derrida, J.-L. Nancy, M. Blanchot, H. Cixous e E. Lévinas, e é autora
de vários títulos nesta linguagem filosófica, dos quais Aqui está Lévinas
Refém (2012); com G. Bensussan, Les équivoques de l’éthique/Os equivocos da
ética (2013); "O ateísmo messiânico de Derrida" (2014);
Alisamentos. Saudação Jean-Luc Nancy em Coimbra (2014); “Da destruição à
desconstrução: da morte e do pente da morte” (2016); «Ecos do silêncio: o
pensamento do poema de Derrida e o meridiano poético de Celan» (2016);
"Derrida e o Cinema" (2017); «Derrida – toujours déjà “politique”.
Écriture – Parjure – Pardon» (2018) ; «Give à língua & Femininize. Cixous
– Derrida: da différance sexual às diferenças sexuais»; com Jean-Luc Nancy,
Michel Lisse e Cristina de Peretti, Derrida lecteur de Heidegger (depois dos
Cahiers noirs) (2018) e, com outros, Escrita da Resistência (2018).
Menções à imprensa e outros links:
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