Sinopse Pássaros pálidos
Pássaros pálidos me atravessam as pálpebras fechadas
Os jogos da morte me seduzem pouco
mas estou quase morto
Eu não tento ravinas onde posso identificar
alguma transparência ilusória
como a vida está ligada aos nossos olhos
eu sou oblongo denso
na imobilidade da rocha que arde apenas pelo tempo
Os dias estão esgotados
Os dias em que esgotamos seus passos desavisados
ninguém segue ninguém move as pálpebras
As aves são pálidas e extremamente leves
passar
passar como uma montanha
estão muito distantes
abertura desconhecida,
inclinado a raiva para suprimir
o possível indilatável — o mito interno
de uma necessidade acrobática:
expulsar expulsar
toda a noite do cérebro
(ou coloque dentro)
afirmação que tenta sair
como uma dimensão de ser corpo,
— e sai, porém só um pouquinho,
sem um colapso
capaz de sair totalmente
dificilmente dura
negação daquilo que me define,
evitando uma voz entre meus dedos
já quase sem interrogações
que aguentemos
(gostaria muito de ir a um extremo de crueldade
— e gritar então, ali, na ausência
que me sufoca,
Está:
Detalhes do livro
ISBN/13: 9789897825378
Nº Páginas: 196
Tamanho: 145 x 210 mm
Encadernação: capa mole com abas
Ano de publicação: 2022
Editora: Mário Brito Publicações Unipessoal, Lda | 5 livros
Categoria: POESIA
Paulo M. C. Ferreira (Autor)
Paulo M. C. Ferreira nasceu em Lisboa, em 1949. É licenciado em
Arquitectura, nunca exerceu a profissão de arquitecto. Porque preciso de
algum tempo livre que me permita dedicar-me à realização de outras atividades
que são essenciais para si (principalmente prática de escrita, leitura,
música e passeios urbanos ou na natureza) optei por uma carreira não docente,
tenho sido professor Descrito Geometria e Artes Visuais, não ensino
Secundário.
Não que respeite a prática escrita, considera que tudo ou o que escreveu
hoje, nós somos os seus Diários, somos os seus Registos de Pesquisa, a sua
poética “Obra” está devidamente escrita, são meras ficções, em que nenhum
retrato se explicita. ou menos fora de foco do que o indivíduo Paulo M. C.
Ferreira na verdade é.
Em relação à sua poética "Obra", e assumindo as suas contradições
pessoais, o autor (ele próprio uma figura ficcional) decidiu distribuir os
livros que constituem dois grupos, antagónicos nos seus temas e conteúdos: "A
parte do lado da vida, in life" e "A parte do lado da morte, in
life". O primeiro grupo mostra uma enorme vontade de viver de forma
diferente, enquanto o segundo grupo revela a impossibilidade de concretizar
essa aspiração.
Paulo M. C. Ferreira tem vários livros publicados na edição do autor: O
salto em frente (2019), Uncontornável (2019), O rumo recolhido (2019),
Captura falhada seguido de A verdade oposta (2020), Casa com terraço (2020),
Plano de desvanecimento (2021), Claridade a descoberta (2021), Pequenos
remoinhos de lucidez (2021) e Dinâmicas de alteridade (2022).
Menções à imprensa e outros links:
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